11.11.10

"A senhora num faz prova não, professora?"

Prefiro fazer Written Assessment a fazer prova. Primeiro, pelo seu caráter mais informal - não existe aquela lista de questões com o espaço específico de cada resposta, padronizadinho pra todo mundo e que dá um trabalho da gota serena pra elaborar mais de um tipo. O WA você resolve com uma folhinha em branco. E eu ainda dou a opção de fazerem numa folha de caderno, se o aluno preferir. Gosto mesmo é de levar folhinhas coloridas - verdinhas ou amarelinhas: os trabalhos ficam tão mais lindinhos! E fora que como WA geralmente tem a ver com  produção textual de algum gênero específico, entra em cena todo um lance plástico: um dos WAs deste ano foi uma cartinha pra um colega se apresentando (sempre usando funções trabalhadas em sala de aula). Eles fizeram desenhos, pintaram, usaram canetas coloridas, copiaram versos de músicas e poemas nas cartinhas - foi lindo! Dá realmente pra perceber o quanto eles se engajaram no trabalho.

Uma outra vantagem que eu vejo no WA em relação à prova tradicional é que, em geral, questões de prova solicitam que o aluno tenha domínio DAQUELE TÓPICO especificamente. Suponhamos que o aluno teve um rendimento de 50% do que foi trabalhado em sala; suponhamos ainda que, na prova, sejam trabalhados tópicos dentro dos 50% que ele aproveitou: temos um aluno com uma nota alta que não reflete o que ele aprendeu. Suponhamos agora que a prova aborda essencialmente elementos que ele não compreendeu bem: temos agora uma aluno com uma nota muito baixa que também não reflete o que ele aprendeu. Logicamente, você pode fazer uma prova impressa com cara de WA e um WA com jeitão rígido de prova bimestral - atenção à essência de um e de outro aqui, por favor.

Pois é, mas nem tudo são flores: a prova dá mais trabalho pra elaborar; o WA dá mais trabalho pra corrigir. O profe tem que ter em mente muito claros os critérios. Quanto pra estrutura, quanto para a gramática, quanto para ortografia, quanto pela omissão de um verbo auxiliar; quanto pelo tópico fora de contexto, quanto pra criatividade, quanto pela incoerência, quanto pela textualidade ameaçada. É chatinho, mas no fim das contas é bacana.

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