18.9.10

(PR.i) + (PR.og)


Definitivamente, vc é RT  Eu sou progressista? Passo por grandes crises antes de assumir um rótulo! >> http://bit.ly/czTGTP
Menino, vivendo e aprendendo! ^^

Aproveito pra divulgar o seguinte:

Preparação do encontro

Publicado por: danieldantas79 em: 16/09/2010
Esta sexta-feira, às 18 horas, no café da Siciliano do Midway, vamos nos encontrar para o primeiro bate-papo em preparação para a realização do Encontro Estadual de Blogueiros Progressistas do RN.
Trata-se de uma iniciativa plural e todos os que se sintam contemplados por nossa carta de princípios (veja aqui) estão convidados para se juntar a nós.
O Encontro Estadual é resultado direto das deliberações do I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que ocorreu algumas semanas atrás em São Paulo.  Dentre as deliberações do Encontro Nacional ficou estabelecido a organização de etapas estaduais em março de 2011, como preparação para a segunda edição do Encontro Nacional, em maio.
Todos estão convidados a se engajar e participar.  Queremos discutir algumas coisas nesse bate-papo:
1) Organização do encontro: local, data, formas de financiamento, perfil (oficinas? debates?)
2) Integração das redes sociais progressistas do RN: acesso coletivo a este blog, disponibilização de listas de links, etc.
3) Estratégias de manutenção e sobrevivência: diante, por exemplo, das ameaças financeiras e/ou jurídicas sobre todos.
Se você quiser participar do encontro e das discussões, mas não poderá se encontrar conosco, deixe um recado neste post ou fale conosco no twitter (@blogprogRN) para se integrar à luta.
E aí? Bora?

14.9.10

Superando paradigmas

André Magri é meu aluno, fez intercâmbio e é professor substituto do município de Ipanguaçu. Ele é também voluntário de um projeto de extensão que pretende oferecer um curso básico de inglês pros trabalhadores da educação no município, então ele recebe um treinamento/capacitação baseada em uma série de princípios e crenças que a coordenadora do projeto (eu!) traz consigo e executa em sala de aula.

Trabalhando em parceria com seu colega professor de inglês, André "invadiu" a aula do teacher e pôs em prática, numa turma real de 7o ano (antiga 6a série) do Ensino Fundamental, numa escola pública municipal na comunidade de Tabuleiro Alto, a 22km do centro de Ipanguaçu. Vejam o depoimento do rapaz:
Bem, tive uma experiência bem legal e proveitosa com meus alunos do 7º ano do ensino fundamental no ensino da língua inglesa, a qual prefiro designar de "língua dominante". Foi um momento de descontração, descobrimento e, acima de tudo, aprendizagem! A aula era, tipo, um exemplo de diálogo comum e inicial de reconhecimento/apresentação entre duas pessoas. Tudo foi em Inglês!!! Sim, as crianças no início acharam o negócio de ter uma aula de inglês em inglês meio "doido", nas palavras deles. É compreensível, mas não me rendi diante disso! A aula rolou do jeito que começou, com a exceção de que com os gestos, pulos, expressões e mais um monte de coisas que fiz em pleno ato de desespero (risos) para os meninos entederem o diálogo, eles conseguiram entender mesmo e o melhor: acharam muito divertido!
Por exemplo: A situação inicial era centrada no mais que conhecido "Hello! I am fulano". Assim, eu falava a frase me apresentando e o comando era que todos repetissem em alto e bom som a mesma coisa, independentemente de que os nomes deles fossem ou não igual ao meu. Depois, os "boys" repetiam sozinhos, mas com uma voz bem grossa e expressão mais máscula, digamos. E, por fim, as "girls" com vozinha fininha e expressão beeem afetadam repetiam o tal "I am fulano". Foi bem interessante esse processo, porque os estudantes praticaram mesmo a pronúncia e também puderam atribuir contextos à fala, no caso das expressões faciais e vocais.

Em seguida, e em duplas, eles praticaram o diálogo entre eles, apresentando-se e esperando o outro se apresentar. Nessa etapa da aula, eles praticaram o que haviam falado na apresentação inicial. E isso foi importante devido à necessidade, dentro do aprendizado de qualquer língua estrangeira, de por em prática o que se vê na teoria. Por fim, eles partiram para a escrita, baseando-se lá no nosso diálogo da apresentação, substituindo os dados de "fulano" pelos seus próprios e os de seus parceiros de atividade na etapa 2, a prática. 


Tudo foi muito válido, porque os meninos puderam se aproximar realmente da Língua Inglesa de uma maneira que não tem como objetivo intimidar o alunado com "complexidade" ou "atenção! isso é muito difícil, gente!". O momento foi de aprendizagem mútua, pois tanto eles quanto eu pudemos nos divertir muito criando contextos diversos de aplicação para um simples, mas muito útil, diálogo de apresentação. "Professor, a aula de inglês em inglês é mais interessante", disse-me um aluno ao fim da aula. Eu só concordei na hora, mas por dentro fiquei deveras feliz com as palavras dele. Detalhe pessoal, sou marinheiro de primeira viagem nesse negócio de dar aulas de língua inglesa, apesar de dominar um pouco o idioma. Na verdade, sou professor de Língua Portuguesa da mesma escola.

11.9.10

Cretinice level 10

Um dia destes eu dei de cara com este tweet.


Esse micropost despertou em mim uma sensação de ultraje perturbadora. Basicamente todos os preconceitos contra os quais luto em minha vida profissional/acadêmica aparecem nele. Aliás, não simplesmente aparecem - o motivam e alimentam.

Vamos começar pelo básico, shall we? Preconceito Linguístico 101: o Twitter é em inglês; o Twitter é bacana; o Twitter continuaria sendo bacana se fosse em Português? Não da mesma forma, claro. Afinal, tudo que é em Língua Inglesa, a língua dos escolhidos, a língua dos cultos, dos bem educados, dos loiros de olhos azuis, das grandes empresas multinacionais, a língua mundial já atingiu o nível máximo de prestígio. Pra que rebaixá-lo ao status do Orkut, esse monstro democrático desprovido de glamour?

Próximo: além de perder a graça, o Twitter em português passaria a ser acessível a QUALQUER BRASILEIRO! o.O Até os índios! Até os matutos! Não, muito pior: ATÉ OS POBRES! Quem quer isso? Que ser humano desalmado e psicopata desejaria democratizar o acesso a uma ferramenta crescente e poderosa de comunicação e estabelecimento de vínculos?

Mais um (sem ironias agora): esse discurso exclusivista de que as coisas boas devem permanecer na mão de quem estudou inglês (leia-se tem grana e domínio de elementos importantes da cultura dominante para/por ter feito um curso livre) me deixa profundamente triste e zangada ao mesmo tempo. Principalmente porque apesar do tuiteiro em questão (parecer) ser um adolescente, tal discurso está presente constantemente no meio docente. Professores de inglês Brasil afora acreditam sinceramente que a língua que eles ensinam é como a Matrix: apenas aqueles poucos seres especiais (que fazem curso livre ou são auto-didatas) merecem a graça de aprendê-la efetivamente. Quanto aos demais, bem, "eles não falam ne português, quanto mais inglês", né mermo?

É triste. Mas eu não me rendo! Meus alunos todos terão oportunidade de discutir esse tweet em sala de aula e de se posicionarem a respeito. Eles podem até concordar, mas será por escolha clara e consciente, não aquela concordância movida pelo senso comum.