6.1.11

MonoLog - trechos (1)

Algumas partes da minha monografia que eu gostaria de socializar!

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Muitas vezes, ao nos depararmos com textos monográficos voltados para o ensino de LI, temos em mãos textos que exploram questões relacionadas à estrutura lingüística ou à aplicação de métodos e técnicas de ensino que não privilegiam a reflexão e o questionamento do papel político do professor de LI ou do próprio ensino de LI nas escolas brasileiras. Assumindo que não existe educação neutra, o professor de LI tem, necessariamente, um posicionamento ideológico (a favor de alguma coisa e contra outra coisa). O que percebemos ao longo de nossa trajetória profissional e acadêmica é que em geral esses professores sequer consideram que esse  posicionamento exista. Sem percepção de nosso papel e nossa importância, seguimos enfrentando discursos que refletem a desvalorização comumente direcionada à disciplina em questão – sem conseguir dar à comunidade escolar respostas satisfatórias ou mesmo uma prática eficiente.

(...)


Essencialmente popular (às margens da sociedade, da prática à teoria) este segundo momento se caracteriza por uma natureza contrária, elitista (do centro (universidades) em direção à periferia , teorizada (p. 4). Talvez por isso, por passar a ter um movimento também de cima para baixo, tantos educadores passem pelos bancos das universidades sem conseguirem efetivamente compreender o sentido da obra de Paulo Freire, vendo nela uma espécie de utopia mentirosa, de beleza fajuta. Afinal, se o caminho para a liberdade é a própria liberdade (como afirmava o ideário educacional anarquista), uma prática educativa libertadora não pode acontecer em meio à teorização, à redação de ensaios e resumos de leitura para fins de obtenção de nota. Professores reproduzem em suas salas de aula aquilo que vivenciaram em suas experiências de formação profissional. Como podemos exigir que um professor adote o diálogo como método primordial de ensino quando a seus próprios formadores (intelectuais, mestres, doutores) não dialogavam com aquele então graduando de igual para igual? Como esperar que um graduando em Letras faça, sozinho, sem ajuda, sem diálogo com um mediador, a ponte entre os princípios da pedagogia crítica e seu plano de aula de LI?
Destaco aquilo dilema em que se vê preso o professor de LI não apenas pela natureza desta pesquisa, mas também porque como as idéias de Freire se dirigiam majoritariamente à alfabetização, foi mais profícua a produção de conhecimento acerca do ensino de Língua Materna quando a pedagogia crítica ressurgiu do exílio. Quanto mais esta pedagogia constituía o centro das discussões acadêmicas, mas à margem destas os professores de LI se viam.

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