Eu ia escrever um post inteiro sobre o Seminário de Iniciação Científica que aconteceu sexta passada lá na escola, mas
neste post Tertulino me poupou o trabalho. Ele disse muitas coisas que eu diria. Valeu,
Tertu. Você sempre facilita a minha vida.
Pra mim, como coordenadora de pesquisa da escola, ver aflorar a formação científica - crítico-reflexiva - de
meus meninos me proporciona um êxtase sem tamanho. Eu fico imensamente feliz. Eu incho de orgulho. Desde as menores coisas - como Edyellen, que fez sua primeira apresentação (há menos de um ano) parecendo um boneco de posto de gasolina e que, sexta, foi profissional, centrada e segurésima sobre o tratamento dado aos resíduos sólidos dos consultórios odontológicos do instituto. Como
Kenned, que começou também tímido e inseguro ano passado - e que sexta era a coisa mais linda, todo encantado e seguro de sua pesquisa em geoprocessamento. Como Adria, debatendo questões metodológicas com um profe super cricri com serenidade e honestidade. Ou Êmmila, Dani e Pedro, que souberam do SIC e desejaram tanto participar que saíram à caça de um orientador - e desenvolveram um MEGAPROJETO que trará benefícios pra educação da rede pública do Vale do Assu inteiro (CARACA!). Leandro, com suas reflexões sobre Saramago e Romano de Sant'Anna;
Nayara e Ondjaki, Ítalo e Marcelino Freire,
Mariana e sua lagarta-do-cartucho, Caíque e sua mancha aquosa, Jailma e João e seus experimentos com reaproveitamento de óleo de cozinha. Nossa, a lista é enorme.
Meus meninos.
Lembro como se fosse hoje de abril de 2009, quando assumi a pesquisa. Foi um ano de muitos desafios: estruturar um setor inteiro, recém-criado. Os alunos veteranos sequer conheciam os eventos científicos do instituto. Nunca haviam ouvido falar em edital ou em bolsa de IC. Aliás, nem se sabia o que danado era IC. A divulgação dos editais internos era tão precária que - pasmem - SOBRARAM BOLSAS. Meus meninos não faziam ideia do que fosse um artigo científico e acreditavam que pesquisa era o ctrl + c, ctrl + v direto da Wikipedia.
Os problemas foram inúmeros e, pra minha alegria, não enfrentei nenhum deles sozinha. Tive o apoio e a compreensão fundamentais tanto da gestão, quanto dos servidores - e, mais importante de todos, o apoio e a compreensão dos...
meus meninos. Muita coisa deu errado. Muita MESMO. Mas mesmo com muito dando errado, os resultados sempre apareceram - graças, PRINCIPALMENTE aos...
meus meninos. Os
meus meninos que não se envergam diante de uma dificuldade. Nem de várias.
Hoje eu saio do cargo sabendo de duas coisas: (1) muito do que eu tinha que fazer eu não dei conta; (2) muito do que tinha que ser feito foi feito. Dois anos depois, meu campus tem alunos engajados em pesquisa desde o primeiro período. Alunos que procuram servidores que os possam orientar; que descobrem datas de inscrição em eventos antes mesmo de mim; que ficam no nosso pé pra saber quando vai sair o edital pras bolsas de IC; que querem colaborar, mesmo que como voluntários, com projetos de pesquisa pelos quais se apaixonam. Alunos que conhecem sua escola. Conhecem as oportunidades que ela oferece e aproveitam cada uma delas. Conhecem a vida que sua escola leva fora da sala de aula. Esses são os
meus meninos.
Sexta-feira foi um momento muito simbólico pra mim. Pude ver que a escola hoje é profundamente diferente do que era quando a coordenação de pesquisa surgiu. Essa é uma vitória da qual me orgulho - mas NUNCA poderia me orgulhar dela sozinha. Nada do que fiz eu fiz só. Essa vitória eu compartilho com cada servidor, cada aluno, cada pesquisador - servidor ou aluno. Parabéns. Este interior pobre do Nordeste não é e nem será o mesmo graças à atuação brilhante de
meus meninos.
Meus meninos transformam sua realidade.
Parabéns, especialmente, pros
meus meninos.